quinta-feira, 20 de agosto de 2009

quero morrer disso,
que viver já não basta,
já não basta viver disso,
viver disso é pouco tempo;
quero morrer de tanto isso.
sinto mais disso
cada vez que o tempo passa.
isso não tem mais nome,
me tira o sono, me esfria o corpo,
me leva o fôlego, me toma a alma.
já foi amor,
já fui quem ama,
agora eu vivo disso,
não sei mais como se chama.
era pequeno, pequenino
era grande, era amor
agora é isso, é infinito
eu era nada, agora sou.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

tenho morado aqui
nessa estável calmaria
de angústias tão antigas
de sufoco, de alegria.
já é tanto
e tanto faz,
faz pouco do pranto,
da falta que faz
dos poemas de amor,
dos gritos de dor
que ficaram pra trás.
só resta caminhar
no oco, sem chão
no vazio do coração
cansado de desandar.
já não há culpa,nem medo;
somente o sono e o sossego
do infinito de amar.

domingo, 3 de maio de 2009

eu sou o ainda, prazer.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

seu sono

em seu sono percebo
seu perfume de nostalgia
de segundos que a cada segundo ficam pra trás.
nunca é tanto,
nunca é muito,
às vezes pranto,
às vezes curto,
curto pra tanto que ainda sobra de amor.
me prende em seus braços
em um sono leve,
em um carinho breve,
em uma respiração que me diz frases de cor,
enquanto eu grito, me despedaço
pra ser seu sonho, seu grande amor.
entre os seus medos
me carrega pela mão,
e me entrega um coração
pra ser abrigo, meu lar.
aparece, desaparece,
parece que esquece,
e eu sinto medo de descuidar;
mas fecho os olhos
e deito ao lado,
sonhando sempre com a nossa hora
ser sempre amada, ser sempre amado.

quinta-feira, 12 de março de 2009

só pra deixar claro

só pra deixar claro
que eu me entrego,
eu me declaro
às suas juras de um amor terno
ao seu amparo.
só pra deixar claro
que o seu desejo
me faz perdida entre os seus dedos
tanto que não reparo
se faço certo, se faço errado
nos meus devaneios, no meu cuidado
pra te manter pelo meu quarto,
pra te manter dentro de mim.
me deixa assim,
me deixa nua,
passeia por mim,
e me faz sua.
só pra deixar claro
que todo dia, toda noite,
toda noite, todo dia
sinto muito, sinto forte
essa doce euforia
de você na minha cama,
de você na minha vida,
quando o céu fica escuro
só pra deixar claro.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

vou embora

Vou embora dessa vida,
vou fugir dessa discórdia,
dessa promessa mentirosa,
dessa tristeza dolorosa.
Vou embora desse silêncio,
da ventania que me devora,
da distância dessas mãos,
da dependência dessa hora.
Vou abandonar esses planos,
esse medo, esse dilema,
esses corpos sob panos
desprovidos de poema.
Vou sair desse quarto,
dessas plantas, desse choro,
desses gritos, dessa falta,
dessa angústia que reparto
com a lembrança que me assola.
De olhos fechados,
sem pulsos cortados
vou sair, vou fugir
desse medo de ir embora.

sábado, 3 de janeiro de 2009

me deitaria dia e noite nos seus braços
me entregaria a cada um dos seus gestos
seguiria um a um os seus passos
decifraria cada segredo em seus olhos
me entregaria se ainda fosse minha,
se já não fosse tão sua,
se ainda soubesse cuidar de mim.