quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

eu acredito

se for pra doer, que ao menos doa de vez pra que eu não tenha que dividir isso em partes, as partes que me restaram depois de tudo que você levou.
eu não diria sim se eu não sentisse que fosse não; é que eu tenho me sentido sem sentido, e quando eu penso que me conheço, só desconheço o que eu penso.
quando eu acredito que não sinto, quando eu sinto que não acredito, eu sinto que desacredito e desacredito que não sinto por acreditar no que você pode sentir.
eu te daria parte do meu desejo, seria o suficiente pra que eu não precisasse acreditar que o que eu sinto, eu sinto e acredito sozinha.
me deixa, como se nada importasse, como se eu não fosse nada que te fizesse bem, ou então me toma, mas toma com gosto, como aquele alcool que te toma quando você toma.
eu juro que eu seria melhor, ou seria pior se fosse melhor, já que o que piora tudo é essa sua diferença que me faz melhor.
eu daria um pedaço de mim pra que você saísse daqui, eu me daria por inteira pra que você ficasse de vez.
seria mais simples não manter expectativas se você não superasse todas elas até quando não as tenho.
eu prometo me manter aqui com a força da minha fraqueza que alimenta o meu silêncio sempre que eu preciso gritar; mas ainda assim, eu acredito...

domingo, 3 de fevereiro de 2008

(des)ocupado

Depois não reclame por tudo que se desfez em suas mãos, toda falta do perto, do afeto, com toda sua confusão, pretensão, destruição.
Você teve cada célula, cada parte do que nunca soube ser de ninguém, você teve cada cor, cada dor, e eu seguiria seus passos, seguiria seus traços.
Eu tentei ser doce e passar dias falando da minha paixão desesperada, do meu coração (des)ocupado, e de toda a fixação, como criança com primeiro amor, o amor platônico, mas eu sou vivida, sou perdida e não sei querer com doçura; esqueço o orgulho de amar e sou apenas orgulhosa, e eu te disse o quanto eu quis, o quanto eu fiz.